Um menino de dois anos morreu depois de ser esquecido dentro de um veículo por cerca de quatro horas na terça-feira, 18. O caso aconteceu em Goiás, na cidade de Nerópolis, na região metropolitana de Goiânia. A suspeita é de que a proprietária de um berçário onde a criança passava as tardes a tenha esquecido dentro do veículo.
De acordo com a Polícia Civil, a dona do estabelecimento era responsável por transportar Salomão Rodrigues de casa até o berçário. Depois de chegar ao local por volta das 13h, a mulher, identificada como Flaviana Souza, esqueceu de retirá-la do veículo e só percebeu que a criança estava no carro por volta das 17h.
Giovanni Machado, advogado de Flaviana, foi procurado e informou que sobre o fato da criança ter sido esquecida, a defesa ainda está contato com a mulher para esclarecer melhor sobre os fatos.
“Por volta das 17h, quando ela abre a porta do carro, então ela lembra que esqueceu. A criança já estava desfalecida”, disse o delegado André Fernandes. “Ela retira a criança do carro, leva para o interior da creche, tenta reanimá-la e os funcionários acionam os bombeiros.”
O Corpo de Bombeiros informou que o menino foi encontrado inconsciente, sem sinais vitais e apresentando cianose - quando a pele fica com a coloração roxa e azulada em decorrência de o sangue ter baixa quantidade de oxigênio.
A equipe de resgate tentou fazer reanimação cardiopulmonar em Salomão e o levaram para o Hospital Sagrado Coração de Jesus, onde foi internado na UTI. A criança, porém, não resistiu.
De acordo com o delegado André Fernandes, a dona do berçário não se apresentou à polícia e foi considerada foragida. Ela foi localizada pela Polícia Estadual Rodoviária horas depois na cidade de Itaberaí, cerca de 85 km de distância de Nerópolis, e foi autuada em flagrante pelo crime de homicídio culposo.
A defesa afirma que ela saiu da cidade por temer a reação das pessoas. “(Ela) foi para um local afastado, aguardando confirmação para se apresentar (à delegacia)”, afirmou Machado.
Flaviane foi detida e levada ao Complexo Prisional de Aparecida. Nesta quarta, ela passou por audiência de custódia e a Justiça a manteve presa, convertendo a prisão em flagrante em preventiva.
“A defesa não concorda com as fundamentações (para prisão). Entendo que minha cliente preenche todos os requisitos para ter sua liberdade provisória e responder ao processo em liberdade sem nenhum prejuízo ao devido processo legal.”
Fonte: Estadão