Apesar dos avanços prometidos, os moradores de Canaã dos Carajás continuam lidando com quedas frequentes de energia elétrica. Este problema, que persiste há cerca de três anos, tem causado grandes prejuízos financeiros e transtornos para a população, mesmo após os investimentos realizados pela Equatorial Energia Pará
Moradores como Lauro Costa Maranhão, do bairro Parque dos Carajás, relatam perdas significativas. Proprietário de um supermercado, Lauro afirma que os prejuízos decorrentes da falta de energia chegam a R$ 45 mil, devido à queima de equipamentos e perdas de produtos perecíveis. Ele também denuncia a ausência de resposta segura, mesmo após reclamações formais.
Lucília Santos, outra residente do bairro, descreve uma realidade semelhante. “Já perdemos geladeira, micro-ondas, e chegamos a ficar cinco dias sem energia. É muito difícil, especialmente com crianças em casa”, relata. A moradora também expressa insatisfação com a falta de ressarcimento por parte da empresa
Eliane Sampaio Sales, comerciante do bairro Nova Esperança, enfrentou quedas frequentes em horários específicos, como às 18h, o que prejudica o atendimento aos clientes. “Já tivemos que usar lanternas para atender no escuro”, lamenta.
O que dizem as autoridades?
O problema também chegou à Câmara de Vereadores. Em março de 2021, documentos foram enviados à Equatorial, e reuniões entre moradores e representantes da empresa. Na ocasião, a empresa alegou fatores climáticos como chuvas e ventos fortes.
A Câmara, juntamente com o Ministério Público, tomou medidas legais contra a empresa, resultando no bloqueio de R$ 100 milhões para reposição de perdas e danos aos consumidores. Contudo, os problemas persistem, mesmo após esses esforços.
Investimentos da Equatorial e as explicações da empresa
A Equatorial afirma que os investimentos em Canaã dos Carajás têm sido significativos. De janeiro a setembro de 2024, foram aplicados R$ 26,8 milhões em melhorias, incluindo a ampliação da subestação local, substituição de transformadores e construção de novas redes. A capacidade da subestação, por exemplo, foi ampliada de 36,3 MVA para 66,3 MVA em agosto de 2024,com previsão de atingir 81,3 MVA em janeiro de 2025.
Além disso, ações como o corte de vegetação que interferem na rede elétrica e o reforço das equipes de manutenção têm sido inovadoras. Apesar disso, a empresa confirma que fatores climáticos, crescimento populacional e até ligações clandestinas solicitadas para as interrupções não adequadas.
Afinal, o que falta para que o problema seja resolvido?
Moradores apontam que os investimentos ainda não acompanharam plenamente o crescimento da cidade. Eles defendem a construção de uma nova subestação e a ampliação da infraestrutura da Equatorial como soluções para o problema. A empresa, por sua vez, reitera que continua trabalhando para melhorar o satisfatório, mas os moradores ainda aguardam respostas mais concretas e imediatas.
Enquanto isso, os relatos de dificuldades diárias e prejuízos acumulados continuam a desafiar a paciência da população de Canaã dos Carajás, que espera por um fornecimento de energia confiável e condizente com o desenvolvimento local.