Uma mulher teve sua privacidade gravemente violada em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, após deixar o celular de seu esposo em uma assistência técnica na cidade. Segundo relatos, uma funcionária do estabelecimento teria acessado indevidamente os arquivos do aparelho, realizando capturas de tela (prints) de fotos íntimas e, em seguida, compartilhando o conteúdo com terceiros.

O caso gerou revolta na comunidade e levantou um alerta sobre a segurança e a ética profissional de assistências técnicas que lidam com aparelhos contendo dados pessoais de clientes. A vítima, que teve sua intimidade exposta sem consentimento, busca medidas legais contra a responsável pelo vazamento.

Relato da Vítima

"O que aconteceu foi que, na segunda-feira desta semana, o celular do meu esposo queimou à noite. Na terça-feira, ele levou para arrumar por volta das 11h da manhã. Enquanto o celular estava lá, minha amiga me mandou uma mensagem dizendo que viu uma foto minha que foi vazada. No início, eu não acreditei, porque meu celular tem senha e ninguém pega ele. O celular do meu esposo também tem senha em tudo, e o dono da loja pegou a senha dele.

Até aí, eu não acreditei porque ainda não tinha visto a foto. Mas, mais tarde, a foto chegou até mim e descobri que as imagens e vídeos foram gravados diretamente da tela do celular do meu esposo. Tenho certeza de que foi de lá! Pelo reflexo do vídeo, me disseram que as características da pessoa que fez isso eram da suposta funcionária.

Entrei em contato com o dono da assistência e pedi as imagens das câmeras de segurança. Ele enviou as imagens em visualização única e cortadas, mostrando apenas ele mexendo no celular e a funcionária fechando o aparelho. Mas eu queria mais imagens, da hora em que meu esposo deixou e buscou o celular.

Quando falei para ele que ia processar a loja e que ele teria que pagar uma multa, fui ameaçada de morte pelo dono. Ele disse que preferia pagar alguém para me matar do que me dar dinheiro!"

Investigação e Medidas Legais

A invasão de privacidade e o compartilhamento de imagens sem autorização são crimes previstos na legislação brasileira. De acordo com a Lei nº 13.718/2018, que trata sobre a divulgação não autorizada de imagens íntimas, o ato pode resultar em pena de reclusão de um a cinco anos.

Além disso, a ameaça feita pelo dono da loja pode configurar crime, e a vítima já acionou as autoridades para investigar o caso. A Vítima já está buscando meio legal com as autoridades para apuração dos fatos, e a assistência técnica pode responder judicialmente tanto pelo vazamento das imagens quanto pelas ameaças relatadas.

Especialistas reforçam a importância de proteger dados pessoais ao deixar celulares para conserto, sugerindo medidas como a exclusão temporária de arquivos sensíveis, backup em nuvem e a utilização de senhas ou criptografia para evitar acessos indevidos.

(Vela Preta)